sexta-feira, 22 de maio de 2015

A APAE DE LAGES COMO MEDIADORA NA INSERÇÃO DE PESSOAS COM DEFICIENCIA INTELECTUAL NO MERCADO DETRABALHO

A APAE-Lages possui um programa de capacitação para a inserção dos alunos no mercado de trabalho que promove o desenvolvimento humano e a inclusão social visando à preparação, acompanhamento e orientação dos alunos: através de currículos, entrevistas e processos seletivos, apresentação pessoal, relacionamento interpessoal no trabalho, direitos e deveres dos trabalhadores.
O programa Mercado de Trabalho consiste em preparar a pessoa com deficiência para um posto de trabalho mediante a assistência pessoal de um psicólogo, terapeuta ocupacional e pedagogo. Esta equipe analisa o potencial e o perfil da Pessoa com deficiência desempregada e os compara com as vagas e necessidades de trabalho de uma empresa, facultando encontrar ou criar uma vaga que beneficie os dois lados.
Durante o processo de adaptação no trabalho do aluno a APAE continua realizando apoio ao setor de recursos humanos da empresa contratante fazendo acompanhamento através de contatos e visitas a fim de solucionar possíveis adaptações e ajustes com o objetivo de garantir a permanência e sucesso na função bem como orientação individual ao candidato incluído na empresa com objetivo de discutir e orientar sobre situações vivenciadas no dia-a-dia do trabalho e disponibilizar informações para uma atuação assertiva.
É importante o apoio aos familiares, envolvendo-os durante todo o processo de Inclusão da Pessoa com deficiência no mercado de trabalho; para sanar dúvidas e orientações diversas, principalmente quanto à função protetiva da família que pode prejudicar ou dificultar o momento do encaminhamento ao trabalho.
Mantemos parcerias com algumas empresas em que já foram inseridos em torno de 25 alunos para o quadro de vagas dentre as quais citamos: Supermercados Bistek, Martendal, Angeloni e Myatã, Zanoello, Planalto Confecções, Havan, Disauto, Droga Raia; entre outras.

Cristina Paim Breschär - Coordenadora Pedagógica APAE Lages

SALAS AMBIENTES TURMA DE SPE: OCUPACIONAIS

           Com a dinamicidade das práticas estabelecidas na educação especial, esta visão modificou-se, o que contribuiu no sentido de rever e reverter posturas em direção a um caminho de reconstrução, proporcionando a descoberta de habilidades e potencialidades nunca antes percebidas ou acreditadas nos sujeitos. Com o objetivo de mudar a realidade dos educandos com deficiência mental e/ou múltiplas maiores de 17 anos das turmas de SPE-OCUPACIONAL, propondo o rompimento com a passividade e a baixa estima foi implantado o rodízio entre estas turmas. Foram estruturadas três salas ambientes: Comunicação, Artesanato e Gestão. Tendo como objetivo geral; possibilitar o desenvolvimento das habilidades do educando, através de atividades significativas que contribuam para sua realização pessoal e maior autonomia, sobretudo resgatar sua auto-estima, tornando-o parte integrante de uma sociedade. 
O Currículo Funcional Natural é a teoria em que se embasam para as atividades em salas ambientes, método desenvolvido nos Estados Unidos para garantir a autonomia da pessoa com deficiência. O nome é extenso, mas a aplicação gera ótimos resultados. O Currículo Funcional Natural (CFN), que chegou ao Brasil há cerca de 20 anos, tem como objetivo tornar o deficiente intelectual bem sucedido em todas as tarefas que desenvolve. Um dos componentes mais importantes dessa abordagem é a sua filosofia: tratar a pessoa com deficiência como a qualquer outra pessoa. Essa é prerrogativa primordial dessa proposta de trabalho: focar na pessoa e não na deficiência.
                Os objetivos desse currículo é preparar para a vida: promover a autonomia; dar as pessoas com deficiência condições de serem produtivas e estarem incluídas em sociedade. De acordo com Dra. LeBlanc O Currículo Funcional está dividido em dois conceitos: Funcional e Natural.
               Funcional: no sentido de que as habilidades (objetivos) que serão ensinados e tenham função para a vida, que possam ser utilizadas de imediato ou num futuro próximo. O aluno poderá utilizar as atividades aprendidas em sua própria vida, contribuir em sua família e comunidade. Assim, não deveria ensinar, gastando da energia do aluno para aprender coisas que não tem significado para a sua vida.
              Natural: está relacionado ao ato de ensinar. Às situações de ensino, materiais selecionados e procedimentos utilizados, bem como à lógica na execução das atividades. A proposta do Currículo Funcional Natural (CFN) é que se busquem sempre situações contextualizadas, relacionadas com a vida, que se afaste ao máximo de situações mecânicas que dificultam a compreensão do aprendiz, estão desconectadas da vida e não tem sentido. A idéia é ensinar as habilidades naturais nas situações nas quais elas naturalmente seriam ensinadas a qualquer pessoa.
Assim temos SALA AMBIENTE ARTESANATO organizada com materiais reciclados que oferece uma ocupação terapêutica e prazerosa, tendo em vista que essa clientela apresenta deficiência intelectual de moderada a severa e múltipla; mas com direitos a serem garantidos também na educação especial.  E na SALA AMBIENTE COMUNICAÇÃO é favorecido o mundo da comunicação que é essencial para vida do ser humano, afim de seus relacionamentos com o eu e o mundo, sendo que a comunicação ocorre de diversas maneiras: fala, escrita, linguagem gestual e corporal. E na SALA AMBIENTE GESTÃO proporciona-se ao educando uma independência, estimulando o alcance de níveis de desenvolvimento nas atividades de A.V.D (Atividades de Vida Diária) e A.V.P (Atividades de Vida Prática), com reflexos para sua vida em comunidade.
            O papel do professor é estabelecer as metas funcionais, buscar as situações naturais para ensinar e buscar parceria com as famílias. De acordo com a autora do livro Currículo Funcional Natural Maryse Suplino (2009), o professor é a figura determinante para o avanço dos alunos. Quando ele estabelece metas, se compromete com elas, no sentido de que seu aluno logre o que foi estabelecido e acredita no aluno, não tem como o aluno não avançar. Quando se fala em Currículo Funcional Natural, se faz necessário pensar em plano individualizado de ensino. Nada mais lógico, o que é funcional para uma pessoa, não é necessariamente para outra.

       Rosângela Aparecida de Bairros - Coordenadora Pedagógica APAE Lages

SERVIÇO PEDAGÓGICO ESPECÍFICO – SPE

                A educação especial passou por vários momentos ao longo da história, com várias concepções de mundo, de homem, de aprendizagem e sobre deficiências. Neste momento se faz necessário repensar os serviços de educação especial para atender ás demandas da sociedade vigente e os novos encaminhamentos das políticas públicas.
                Com a Política de Educação Especial do Estado de santa Catarina, aprovada pelo Conselho Deliberativo da Fundação Catarinense de Educação Especial - FCEE no dia 24 de abril de 2006, referendada pela Resolução nº 112, de 12 de dezembro de 2006, do Conselho Estadual de Educação, e homologada pelo Decreto nº 4.490, de 15 de dezembro de 2006, da Secretaria de estado da educação, a FCEE implanta, em articulação com as diferentes Secretarias Setoriais de Estado, diferentes programas de atendimento às pessoas com deficiência.
              O Programa Pedagógico, dinamizado por meio de ações e projetos, estabelece diretrizes para qualificar o processo ensino e aprendizagem dos alunos da educação especial matriculados na rede regular de ensino, ou para aqueles que, por apresentarem deficiência intelectual com severos comprometimentos cognitivos, mesmo em idade escolar, freqüentam exclusivamente a entidade APAE.
               Este Serviço prevê o atendimento de educandos na faixa de 04 a 17 anos, buscando ressignificar o papel do atendimento pedagógico nas entidades especializadas que atendem pessoas com deficiências associadas à deficiência intelectual com severos comprometimentos cognitivos e/ou múltiplo.
               Pressupõe que aprendizagem e desenvolvimento articulam-se num movimento constante, não existindo de forma independente, é a aprendizagem que promove o desenvolvimento das funções psicológicas superiores, a estrutura de pensamento e a elaboração de conceitos as quais, formam-se e/ou tornam-se possíveis na interação, na dialética, na troca de experiências. 
               A proposta de encaminhamento metodológico tem como fundamento a perspectiva histórico-cultural e os princípios da Teoria da Atividade, os planejamentos são organizados para possibilitar o desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem, considerando o contexto histórico cultural e social, as diferentes possibilidades, ritmos e experiências. Nesta abordagem, o trabalho é conduzido de forma não comparti mentalizada dos conhecimentos, possibilitando, assim, a relação dos conceitos cotidianos com os conceitos científicos.
                Dessa forma, manter-se-á a organização dos grupos de trabalho estabelecendo como critério a faixa etária, a não seriação e a heterogeneidade, considerando que os sujeitos possuem diferentes possibilidades, ritmos e experiências, e que a vivencia, a troca e ação entre esses sujeitos oportunizem a elaboração de diferentes conceitos, trabalhando com a estrutura do pensamento e, consequentemente, a apropriação de diferentes saberes. Levando em conta a diversidade existente em grupos de trabalho, bem como as especificidades de cada sujeito, é de fundamental importância organizar serviços que visem potencializar as áreas defasadas.

Rosângela Aparecida de Bairros - Coordenadora Pedagógica APAE Lages