Existem hoje em dia vários tipos de exames que
são realizados logo que o bebê nasce, antes mesmo da alta hospitalar. São
triagens neonatais que podem prevenir doenças e até mesmo detectar alguma
alteração o mais cedo possível para evitar sequelas mais graves.
O teste do olhinho (ou o teste do reflexo
vermelho) é um exame que deve ser realizado rotineiramente em bebês na primeira
semana de vida, preferencialmente antes da alta da maternidade, e que pode
detectar e prevenir diversas patologias oculares, assim como o agravamento
dessas alterações, como uma cegueira irreversível.
O exame, que dura em média três minutos,
consiste em colocar um feixe de luz em direção ao olho do bebê, em uma
distância superior a 30 cm. O médico então irá observar o reflexo das pupilas.
O reflexo em uma criança com visão normal tem coloração avermelhada, é
homogêneo e simétrico. Essa coloração avermelhada significa que o eixo óptico
está livre, permitindo a entrada e saída de luz através da pupila. Caso o
reflexo não seja vermelho ou o responsável pelo exame esteja em dúvidas sobre o
diagnóstico, é importante que um oftalmologista seja consultado. O equipamento
utilizado nesse exame recebe o nome de oftalmoscópio.
Para bebês prematuros com peso inferior a 1,5 kg
e/ou que nasceram até 32 semanas, existe uma recomendação especial. O primeiro
teste do olhinho deve ser realizado entre a quarta e a sexta semana de vida do bebê. O
objetivo principal do exame é detectar a retinopatia da prematuridade. O exame
deverá ser repetido até que toda a retina esteja vascularizada.
O teste do olhinho diagnostica doenças como
catarata congênita, glaucoma congênito, retinoblastoma, retinopatia na
prematuridade, infecções, traumas de parto, tumores e cegueira. Nesse exame
também é observado o estrabismo. O teste é importante, pois o tratamento
precoce de algumas dessas doenças pode permitir o desenvolvimento normal da
visão do bebê.
Diferentemente
do teste do pezinho, esse teste não é
garantido por lei em todos os estados brasileiros. Entretanto, é obrigatório o
pagamento do teste por planos de saúde desde 2010.
Conheça um
pouco mais sobre as principais doenças detectadas
no teste do olhinho:
Catarata
Congênita: O cristalino torna-se opaco, dificultando assim a
visão. É a principal causa de cegueira na infância. A catarata congênita está
frequentemente associada a algumas doenças genéticas, tais como galactosemia e
síndrome de Down.
- Glaucoma
Congênito: é uma doença caracterizada pelo aumento da pressão
intraocular. Normalmente, a criança com glaucoma congênito perde o brilho da
região da íris e desenvolve um aumento do volume do globo ocular.
- Retinopatia
da Prematuridade: Nessa doença ocorre uma proliferação anormal
de vasos sanguíneos da retina, atingindo principalmente bebês prematuros.
Juntamente ao glaucoma congênito, é uma das maiores responsáveis pela cegueira
infantil.
- Retinoblastoma:
É um tumor maligno comum na infância, causado por uma mutação. É importante o
acompanhamento, pois esse tumor pode não ficar restrito ao olho.
Obrigatoriedade do Exame
Não existe uma lei federal. Apenas alguns
estados brasileiros possuem leis que garantem o exame "Teste do
Olhinho" em hospitais e maternidades públicas e privadas. Dentre eles
estão: Bahia, Distrito Federal (Brasília), Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,
Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul,
Santa Catarina, São Paulo.
Planos de Saúde - desde junho de 2010 é
obrigatório aos planos de saúde o pagamento para a realização do Teste do
Olhinho.
SUS - o Sistema único de Saúde diz que está
garantida a realização do exame em todos os municípios participantes da Rede
Cegonha, porém, atualmente menos de 50% dos municípios estão na Rede Cegonha.
Vídeo do Teste do Olhinho
Fontes:
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=L2ifVJ70fJg
Imagens: www.google.com.br